Uma pessoa que conheço relativamente bem contou-me esta história:
Estava em casa, quando a vizinha toca à porta.
É uma senhora com 160 anos, que tem uma águia e um cão a viver em sua casa.
Este é o seu segundo cão.
O primeiro pensamento que lhe surge é algo como "que chatice"...pois estava a trabalhar.
Ao mesmo tempo decide-se levantar e ir abrir a porta.
Como posso não atender às necessidades dessa senhora?
Abre e ela presta-se a entrar, dizendo querer oferecer um presente para um ser fantástico de 3 anos, que vive numa ilha não muito longe, em anos-girafa.
Outro pensamento lhe surge...."Como é que é possível...esta senhora anda sempre a pedir dinheiro emprestado e agora vem-me oferecer presentes!"
Ao mesmo tempo cabe-lhe pensar: o dinheiro que lhe emprestei cabe-lhe a ela saber como melhor o utilizar para suprir as suas necessidades.
Cabe a reflexão, de que quando se dá ou empresta, o melhor é emprestar de coração.
Ao mesmo tempo, há que reconhecer os 2 lados da equação.
Qual a melhor forma de servir alguém como a esta senhora, que vive das suas queixas, dos seus mal-dizeres contrapostos por sorrisos e presentes, e convites e elogios, pelo bem que crê fazer aos animais, quais águias alimentadas na cidade, e quais bebés-águias feridas que cuida e alimenta.
Esta ironia que é viver, que é manter relações na vida.
Relações de amizade, de sobrevivência, de satisfação de necessidades.
Esta beleza que é poder dar, poder partilhar quando se tem.
Esta ironia que se tem a capacidade de se relacionar.
De pedir quando não tem e dar quando deve, devolvendo o que tem.
É uma senhora que só pode ser alimentada por algo divino.
Divindade essa que flui e que acontece.
Que estimula aos mais escuros pensamentos de sofrimento.
Ai que chatice, vou precisar de parar de fazer o que estou a fazer para atender às necessidades de outro ser.
Que chatice que é escolher não mostrar que não se tem mais que fazer...
E que bom é poder acolher, poder criar laços.
Viver.
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