Monday, September 14, 2009

Pessoas do metro

Ultimamente tenho tido o luxo de poder andar de metro e observar as pessoas à minha volta.

Hoje por exemplo, dei comigo a olhar para o metro do outro lado da linha, e a afastar a minha visão do mesmo, como que a fazer um zoom para ter uma visão geral daquela cena.

Estava na linha azul, as pessoas cansadas ao fim de um dia de trabalho, que continuavam para além do Colégio Militar, nessa linha que tem como destino a Amadora.
Antes disso havia uma rapariga com o que chamaria de um decote sem cote, e que se sentou naquelas cadeiras laterais, mas fora do meu alcance de visão.

Entre trocas de lugares (foi essa a minha boa acção do dia, levantar-me de um lugar para dar lugar, e encontrar lugar a seguir :-) ), fiquei sentado também naqueles lugares laterais, mas do mesmo lado e do outro lado da zona de união do metro, na mesma sem estar no alcance de visão daquela moça.

No entanto o que me faz escrever, não são só os seus grandes atributos, mas a forma como um homem que passava olhou para ela.
Ora, não sei em que paragem foi, mas foi a caminho do Colégio militar, creio. Um homem passou a minha frente e uns passos depois deparou com aquela visão, quando se preparava para abandonar o metro.

A rapariga estava a olhar para o telemovel (via apenas o telemóvel na mão dela do ângulo em que estava), por isso não deve ter tido o prazer de ver a forma como o homem a olhava.

Não era cara de choque, nem de rebarbado, mas de fascinado.

Já vos aconteceu alguma vez verem algo, olharem uma vez, e olharem outra para ter a certeza, e como quem não quer a coisa, olhar novamente para desfrutar mais um pouco dessa visão?

Pois bem, o homem não olhou nem uma nem duas nem três. Olhou para ela de forma intermitente (olhava, virava a cabeça, olhava virava a cabeça), perguntando-se "Mas será mesmo verdade? Será possível?".


Espero não ferir sensibilidades com este texto...mas de facto, ao ver esta cena, não pude deixar de esboçar um sorriso. 

Se tivesse ficado a olhar para a rapariga nunca tinha observado tal comportamento...

Gosto de andar de metro. Há sempre caras diferentes, muitas vezes indiferentes, mas quase sempre expressivas.

Bom, isto porque não tenho andado muito enlatado...e espero que assim continue :-).

E bem haja a linha vermelha que finalmente teve a sua ligação Alameda - Saldanha - São Sebastião por terminada.


Beijinhos e Abraços,

Diogo