Monday, August 01, 2016

Condição de Tio

Hoje tive a notícia de que já sou tio.

E pois, estava a tentar voltar ao trabalho e não consigo.

Só me apetece fazer algo.
Algo que celebre esta nova existência de Faia.

 

E se lhe já dediquei poema, questiono que fazer a seguir.
Sai este texto.

Pergunto-me sobre o que é ser Tio.Qual deverá ser o papel de um Tio.
Como se constrói um bom Tio ?  Isto é, qual é a melhor relação possível que pode existir entre um Tio e uma sobrinha.
Se por um lado posso dizer, basta continuar a ser o que sou, a verdade é que há um convite a ser outro.
Pois esta novidade faz com que já não seja apenas o Diogo. Agora há também o Tio Diogo.

Posso falar das relações que tenho como sobrinho, onde Tias e Tios me acolheram em sua casa por vezes e que me foram presenteando ao longo da vida quer com a sua companhia quer com certas coisas, de doces, a objetos usáveis a outros nem tanto, que manifestavam uma necessidade de contribuir e oferecer e cuidar, em alturas como o Natal e a Páscoa e outros Tios e Tias, também presentes nas férias de Verão. Há ainda aqueles e aquelas com quem me fui encontrando ao longo do ano, em ocasiões diversas fossem aniversários ou simples encontros esporádicos que por algum motivo nos faziam estar juntos.

E agora lembrei-me de por exemplo que podia mapear p.ex todos os jardins com parque infantil. Há quem já faça essas listas: p.ex. aqui . Há os parques temáticos, p.ex. aqui.

E haverá certamente muitos outros espaços que não foram mapeados e que poderão ser descobertos.

Poderei também identificar tudo o que de mais doce existe e que não faça mal. I.e. doces sem açúcar. E mostrar também que nem só de doces se faz a vida. Há quem diga que o melhor substituto do açúcar são as tâmaras.  Porquê livrar do açúcar? A Ana Galvão fala sobre isso aqui, depois  de ter estado 30 dias a evitar produtos com açúcar adicionado. Um video em inglês sobre o assunto pode ser visto aqui


Algo me diz que há outras coisas que podia estar a fazer.
E por isto, para já, fico por aqui.

Nesta nova condição que é ser Tio.






Tuesday, February 09, 2016

Ironias de viver, servidas por uma vizinha de 160 anos

Uma pessoa que conheço relativamente bem contou-me esta história:

Estava em casa, quando a vizinha toca à porta.



É uma senhora com 160 anos, que tem uma águia e um cão a viver em sua casa.
Este é o seu segundo cão.

O primeiro pensamento que lhe surge é algo como "que chatice"...pois estava a trabalhar.
Ao mesmo tempo decide-se levantar e ir abrir a porta.
Como posso não atender às necessidades dessa senhora?

Abre e ela presta-se a entrar, dizendo querer oferecer um presente para um ser fantástico de 3 anos, que vive numa ilha não muito longe, em anos-girafa.



Outro pensamento lhe surge...."Como é que é possível...esta senhora anda sempre a pedir dinheiro emprestado e agora vem-me oferecer presentes!"
Ao mesmo tempo cabe-lhe pensar: o dinheiro que lhe emprestei cabe-lhe a ela saber como melhor o utilizar para suprir as suas necessidades.

Cabe a reflexão, de que quando se dá ou empresta, o melhor é emprestar de coração.



 Ao mesmo tempo, há que reconhecer os 2 lados da equação.

Qual a melhor forma de servir alguém como a esta senhora, que vive das suas queixas, dos seus mal-dizeres contrapostos por sorrisos e presentes, e convites e elogios, pelo bem que crê fazer aos animais, quais águias alimentadas na cidade, e quais bebés-águias feridas que cuida e alimenta.




Esta ironia que é viver, que é manter relações na vida.
Relações de amizade, de sobrevivência, de satisfação de necessidades.

Esta beleza que é poder dar, poder partilhar quando se tem.
Esta ironia que se tem a capacidade de se relacionar.
De pedir quando não tem e dar quando deve, devolvendo o que tem.

É uma senhora que só pode ser alimentada por algo divino.

Divindade essa que flui e que acontece.
Que estimula aos mais escuros pensamentos de sofrimento.
Ai que chatice, vou precisar de parar de fazer o que estou a fazer para atender às necessidades de outro ser.

Que chatice que é escolher não mostrar que não se tem mais que fazer...
E que bom é poder acolher, poder criar laços.
Viver.