Sunday, March 18, 2007

Frustração

Hoje sinto-me cansado e falo em tom de partilha.

Fiz algum trabalho físico na Igreja. Mas este sentimento de cansaço não é apenas físico.

Dia 21 faço um mês de trabalho, um trabalho que é um estágio, e que como tal, também enquanto 1º emprego, subentende uma formação. A verdade é que já aprendi bastante, porque esta formação obrigou-me a fazer as coisas por mim. Aprendi a mexer numa plataforma através de vídeos disponíveis na net, e com algumas dicas do meu "colega orientador". Sempre que tenho dúvidas pergunto. O problema nem é tanto este método de formação, mas sim a quantidade de burocracia e a tamanha centralização de funções que vejo à minha volta. Estou rodeado de pessoas que têm mil e uma tarefas para fazer, e já por várias vezes estive praticamente a olhar para o boneco por precisar de algo de uma pessoa. Outro dia fiquei chateado. Mas isto passa. Tenho que me ambientar e começar a mexer, e a ter ritmo de trabalho. A semana acabou bem. Fiz o que queria, e espero que na próxima semana possa finalmente começar com o trabalho que me foi proposto (até agora andei a actualizar o sistema...).

Sexta-feira tive a volta da comunidade Vida e Paz. Desta vez parecia que não havia tantas pessoas na rua, e os sacos de comida foram à justa. Ainda não sei definir muito bem o que sinto nestas voltas. Outro dia talvez fale sobre isso.

Sábado reunião de Netos pela manhã e escuteiros a partir das 15. Jantar musical à noite. Correu bem. Gostei da música. Saí cansado.


Voltamos agora ao dia de hoje.... Depois de pouco mais de duas horas a trabalhar na Igreja, decidi que era hora de sair dali e ir até ao Atrium, para ver se fazia uma caricatura para oferecer ao meu pai amanhã. Tinha visto um panfleto que dizia :

"Oferta de caricaturas das 14h às 18h*" em que mais em baixo o * dizia : mediante apresentação de talão de valor superior a 5 euros.

Ou seja, cheguei ao atrium, vi que até nem estava muita gente lá, e fui direito à feira do livro comprar um livro, para depois ter talão para apresentar.

Era por volta das 17.15 se não me engano. Vou a dar o nome para a fila de espera e dizem que já não deve dar. Fico frustrado e inquieto. Começo a ripostar, que tinha ido ali de propósito, comprado o livro, não podia ir amanhã...e que era para o dia do Pai...ao fim de algum tempo e depois de dizer que a informação do flyer estava incompleta, lá põe o meu nome no fim da lista. Chegam as 18 horas, e a artista, que trabalhava consecutivamente desde as 14, sem intervalos dizia ela (também não percebo porque não os fez...), achou que as 4 pessoas que estavam à espera eram muitas e que estava cansada o suficiente, para pouco ou nada se importar se as pessoas não podiam ir lá tão cedo ou se , como no meu caso, queriam oferecer a caricatura no dia do pai...

Enfim, acabei eu na central de segurança do Atrium a preencher uma reclamação por este serviço.

Será que se podia ter resolvido as coisas de outra maneira? agora lembrei-me que lhe podia ter pedido para tirar uma foto e alguem iria la buscar amanhã...Pois é...

Na altura senti-me completamente frustrado. Tinha saído da igreja de propósito para ir para ali. E deu no que deu. Ponho-me a pensar. Se não tivesse ido ajudar tão cedo, e tivesse ido 1º ao Atrium....Se não tivesse ido a casa tomar banho quando saí da igreja, e tivesse ido logo para o Atrium...Se lhe tivesse pedido a foto...

Se, se e se... O mundo frustrado dos ses....Conhecem-no?

Espero que ao menos a reclamação sirva para fazerem flyers com a informação toda lá....já que para mim, só serviu para reflectir um pouco......e para aprender que devo pensar nos ses antes de agir...

Até breve, cibernauta

2 comments:

brisa said...

Ao ler o teu texto senti que estava a ver um jogo de ténis, a bola seguia de um lado para o outro consecutivamente.... Quanto ao trabalho é normal veres outros com mil e uma tarefas e tu`à espera, não desesperes, é normal, daqui a algum tempo serás tu que terás as mil e uma tarefas. força.
Quanto à tua prenda para o pai, foi muito chato o procedimento do Atrium e da caricaturista. Mas pensa numa coisa, por vezes basta que um filho chegue ao pé de nós, nos dê um beijo, um abraço forte e diga o quanto nos ama, essa é a melhor prenda que o pai ou a mãe pode receber. Há quanto tempo não dizes olhos nos olhos aos teus pais que os amas?....
Bjs.

Anonymous said...

Posto anónimo para fugir à burocracia

Não entres em ressentimentos por aquilo que fazes bem feito.
As vezes, imbuidos n nosso cansaço, revolta-nos aquilo que fazemos nao responder àquilo que um dia aspiramos... Quer seja no trabalho, na comunidade vida e paz ou na caricatura que um dia quizemos ter dado.
Agora... A ferida verdadeiramente insuportável é aquela que surge em nós diante do que está mal ou dos momentos em que nos demitimos de nós mesmos.
Exercita-te na paciência
Grde abraço
Egofono